Junior Bernardo, com a
prefeita: na boca do caixa.
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Com
seu chapéu à Santos Dumont, seu perfil físico se diferenciou muito dos freqüentadores
rotineiros do prédio, entre a igreja de São Sebastião e a câmara municipal.
NA BOCA DO CAIXA
Segundo
dizem, Júnior não procurava cargos públicos, pois como político recebeu o seu
quinhão do estafe da prefeita caiçarense, terapeuta ocupacional Conceição de
Maria Gomes Lisboa Rocha, nos primeiros dias da posse desta, no início de maio,
quando alojou alguns jabutis no secretariado e no segundo escalão da
prefeitura. Um destes é sua filha Raiza Bernardo Lins Lisboa, que domina a “boca
do caixa” da prefeitura caiçarense. Cunhada de Conceição Rocha, Raíssa é a secretária
Municipal de Finanças e Tributação.
Esta
semana, em Caiçara, Junior Bernardo agia como financiador da campanha que conduziu
Conceição Rocha à chefia do executivo deste município, esperando receber pelo
menos uma parte do que esta e seu grupo político lhe devem do que lhes repassou
até 7 de abril último.
MÊS PRÓDIGO
Os
mesmos observadores dizem que vários outros financiadores “of law” que ajudaram
à coligação de Conceição Rocha convergiram estes dias para a sede do governo
caiçarense. Informados a respeito do recebimento de grana volumosa pela
municipalidade no último dia 29, quarta-feira, anteontem, acorreram à boca do
caixa.
Maio
foi um mês pródigo para as contas da prefeitura. O último decêndio de maio do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que a prefeitura recebeu anteontem,
somou 95.635,74 reais.
E
o mês, como um todo, fez chegar à conta municipal 994.135,36 reais,
computando-se cotas de FPM, Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), Fundo Saúde (Fus), Fundo Especial do Petróleo (Fep), Fundo
Para o Desenvolvimento e Manutenção da Educação e Valorização dos Profissionais
da Educação (Fundeb) e outras rubricas tributárias.
SEM RASTROS
Os
cobradores poderiam sacar seus cheques nas respectivas contas bancárias, como
fazem rotineiramente em relação a prefeituras mantidas em suas carteiras há
muito, embora isto deixe rastro muito perceptível.
Quando
se trata de primeiro mês de prefeito novo, porém, eles preferem trocar os
títulos de débitos diretamente com os emitentes para, evitar rastros que
sistemas eletrônicos de órgãos governamentais vinculados à defesa do patrimônio
público chegasse até eles. O recurso ao banco deixa o cheque à disposição
destes e dos órgãos governamentais que fiscalizam operações financeiras visando
encontrar praticantes de crimes do colarinho branco.
PRIMEIROS MESES
Há
muito tempo os tribunais de Contas, o ministério público e a receita federais
fazem uma varredura especialmente rigorosa nas contas dos primeiros meses de
gestão porque ancestralmente neste período os prefeitos recém-empossados abatem
grande parte dos débitos de campanha.
Este
ano, a propósito, a experiência os orientou a usar lentes especiais nas contas
de janeiro e principalmente fevereiro e março, no tocante a gastos com festas,
porque em eleições anteriores os prefeitos vencedores usaram este período para
satisfazer a seus credores.
Postado às 22h11m de sexta-feira 130531.