sábado, 13 de abril de 2013

Silêncio da justiça eleitoral tira sono de caiçarenses


Conceição ficou sozinha ao voltar de Lajes.
Muitos caiçarenses que se envolveram, de um lado e de outro, com a eleição realizada no último domingo, 7, estão se mostrando apreensivos quanto ao silêncio que a justiça especializada manteve, ao longo de toda esta semana, sobre se se confirma ou não o resultado extraído das urnas.
Situacionistas que saíram às ruas nas noites do domingo e da segunda-feira para comemorar a vitória de sua candidata, a terapeuta ocupacional Conceição de Maria Gomes Lisboa da Rocha, pelo Dem, começaram a dar sinais de intranqüilidade pelo fato de o cartório da 17ª zona eleitoral, sediada em Lajes, não emitir nenhuma informação quanto à diplomação imediata da jovem, à qual gostariam de já ter empossado. No meio da semana, a propósito, correu em Caiçara do Rio do Vento a informação de que a diplomação seria realizada naquele dia.
Na outra ponta da corda, políticos e eleitores que votaram no comerciante Arnaldo Acioli viram passar a semana sem que recebessem uma notícia sobre desdobramentos dos fatos que, a seu ver, já deveriam ter provocado a anulação do pleito e a convocação de nova votação para prefeito.
Referem-se à compra de votos em si e a outras formas de utilização indébita do poder econômico pela coligação que patrocinou a candidatura de Conceição Rocha, citando casos concretos que, a seu ver, a justiça eleitoral não pode deixar de condenar com a anulação da votação fora de época.
Destacam a compra de votos pelos doublés de agiotas e políticos Paulo Bernardo de Andrade Júnior, o “Júnior Bernardo”, e Felipe Eloi Muller, ex-prefeitos, respectivamente, de Riachuelo e de Caiçara, que teriam contado com proteção policial para comercializarem sufrágios a céu aberto.
Citam também a prisão do vereador Sebastião Hiran da Costa (PSDB), o “Tião Galinha, que chegou a ser algemado e trancafiado no posto policial de Caiçara do Rio do Vento, para hora e meia depois voltar à liberdade numa operação longe dos olhos da justiça eleitoral.
Os “bacuraus”, como são apontados os vinculados ao PMDB, narram também o flagrante de compra de voto protagonizado pelo jovem comerciante Etevaldo Lisboa Júnior, irmão de Conceição, que, ao fugir para não ser preso em Caiçara, terminou se entregando ao posto da Polícia Rodoviária Federal em Lajes, de onde também foi inexplicavelmente liberado.
Por último, citam o cumprimento de mandado de busca e apreensão de provas que incriminariam a coligação encabeçada pelo Dem, a qual garimpou comprovantes de compra de votos na residência e em automóveis pertencentes à família de Conceição e do fornecimento ilegal de combustível pelo pai da jovem, agropecuarista e ex-prefeito Etevaldo Lisboa. 
A coleta de provas chegou também a um posto de combustíveis, onde a fiscalização eleitoral garimpou autorizações para o abastecimento de automóveis conduzidos por pessoas comprometidas com a candidatura de Conceição, todas assinadas pelo pai da jovem. A justiça e o ministério público eleitorais também terminaram o dia ouvindo gravações de conversas em que os nomes de familiares de Conceição Rocha eram comprometidos com as doações de combustíveis no posto.  
Por conta dessas provas, Conceição chegou a ter de abandonar a primeira festa de comemoração por sua vitória, na noite do domingo, porque a polícia federal a levou para Lajes, onde participou da instalação de processo investigatório pela juíza Gabriela Edvanda Marques. 
Quando a candidata retornou a Caiçara do Rio do Vento e à festa, os expoentes de sua campanha já sabiam que algo de muito grave havia dado errado. Por isso, saíram de Caiçara do Rio do Vento muito antes da hora almejada, levando consigo a certeza de que o inquérito tende a forçar o município a uma nova eleição fora de época.  
Postado às 17h13m de sábado 130413.

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